A lógica do parecer do Conselho Económico e Social, ao aprovar a proposta da Comissão Especializada, um sem-abrigo precisa de uma casa, mas, provavelmente, também de um trabalho para conseguir um rendimento para sobreviver e, eventualmente, para pagar uma renda simbólica. Elimina-se com este caminho curto, o longo percurso desde a institucionalização do sem-abrigo até um fim inseguro que, na maioria dos casos, não leva a lado nenhum. Mas esta é a opinião do jornalista ao fim de mais de 30 anos de profissão. Ao que mais se tem assistido é a esconder-se os sem-abrigo, se não é num lado é noutro, dando-lhe as condições mínimas de sobrevivência. Quando a lógica deveria ser pegar num sem-abrigo e fazer dele um homem útil à sociedade onde está inserido (dando-lhe casa, é certo) mas com o trabalho no centro da sua recuperação.