Meus Queridos! A minha prima Maria da Praia passou uns dias em São Miguel e assistiu às festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres… Por meio, ela lá encaixou a política, dizendo que desde o anúncio feito pelo comando americano sobre a importância da Base das Lajes para os EUA e a perspectiva de duplicar ou triplicar o número de militares na Terceira…. Renasceu um certo frenesim pelo retorno dos americanos e pela importância que isso dá à Ilha de Jesus… que se sentiu dela desapossada durante estes anos em que os americanos decidiram partir para outros mares e ares deixando a Europa a navegar sozinha… e os Açores como recurso em caso de necessidade… Cá para mim não vale a pena embandeirar em arco antes de ver materializado o desejo já manifestado pelo comandante dos americanos na Terceira… Depois disso lá falamos do preço da energia eléctrica… e da ideia lançada por gente que gosta de estar sempre no olho da panela... para que as várias ilhas dos Açores fossem abastecidas de electricidade por cabos submarinos para tornar a energia mais barata em todas… só faltou propor que esse projecto acompanhasse o lançamento dos novos cabos de comunicação que tanta discussão já deram… Além disso, os iluminados não disseram quanto custaria tal investimento, como e por quem seria pago e que poupança traria aos consumidores… Quanto à política nacional, Maria da Praia diz que até sente vergonha do que vai vendo e das enormidades inqualificáveis que vão dizendo os governantes… e cá nos Açores a coisa também não vai bem… e até faz com que o meu querido Presidente Bolieiro se ponha a andar de bicicleta eléctrica… como um aviso para tempos difíceis que estão a caminho… Cá por mim, espero que tal demonstração não seja o preludio do transporte que nos resta no futuro… por falta de dinheiro para pagar a renda da casa, a renda do carro e a alimentação das famílias… A minha prima Maria da Praia no fim da conversa lembrou que a crise pandémica toldou a mente das pessoas e colocou-as fora do mundo real, apanhadas pelos efeitos da Covid19 e das vacinas… cujos efeitos secundários estão a aparecer… tudo isso acrescido pela intoxicação feita pelas redes sociais e pelas palermices que vão vendo, lendo e ouvindo ….
Ricos! Gostei muito de ler a entrevista do Provedor da Santa Casa da Misericórdia da minha cidade norte, Nelson Correia, a quem mando um repenicado beijinho, na qual falou da história recente daquela instituição que assinalou 430 anos de existência e deu conta dos novos projectos que tem em curso… e que são de grande dimensão social, aos quais junta a construção de um imóvel em Rabo de Peixe, que vai concentrar muitas das valências que a Santa Casa tem espalhadas naquela vila, bem como a construção, de raiz, de uma Creche e Jardim-de-infância que vai colmatar as insuficiências de uma valência que existe já na Rua da Cruz. Com este projecto, a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande aposta em áreas de grande importância social para aquela numerosa vila, que no dizer da minha prima Rosa de Jesus, não tem tido respostas do poder local quanto à rede viária, que está em miserável estado devido à idade dos pisos e ao acréscimo enorme do movimento de viaturas ligeiras e pesadas que atravessam dia e noite a via que começa nas Alminhas, a sul, e vai até ao centro da vila, a norte, e vice-versa, …. assim como de outras vias secundárias que estão desprezadas, algumas delas com o mesmo asfalto desde a década de noventa… A minha prima Rosa de Jesus diz que várias pessoas já foram ter com ela para fazerem uma petição pública denunciando a falta de investimento do município para resolver problemas gritantes da vila, o que leva as pessoas a sentirem-se descriminadas face ao tratamento que é dado ao resto do concelho, … isto apesar dos eleitores de Rabo de Peixe terem sido decisivos para a eleição dos actuais titulares dos órgãos municipais…. É caso para dizer-se que o ditado “pão com pão se paga” ficou apenas na intenção e não na realização,.. mas tenham em conta que um povo cansado pode acabar num povo irado!
Meus queridos! Com o bom tempo que São Pedro nos deu nos dias principais das Festas e que só foi quebrado na Quinta-feira de encerramento, para não se esquecer o ditado de que “festa molhada é festa abençoada”, este ano apeteceu-me sair com o meu vestido azul-bandeira para estar no Campo do Senhor e participar com a grande multidão nos principais feitos da festa. Tive pena de não ver muitas das altas figuras políticas e sociais, porque a procissão, na parte cívica, já não é o que era e não deu para ver se algumas das promessas eram cumpridas como eu previa nos meus recadinhos da semana passada. Sei que o simpatiquérrimo Américo Viveiros, director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, recebeu vários telefonemas a comentar a oportunidade do meu recadinho e se algumas “profecias” dali se vão concretizar… Mas o que é certo é que este ano a multidão das promessas foi muito maior, talvez porque havia algumas bem antigas para cumprir e que não o foram devido à pandemia e também ao medo da chuva que no ano passado foi caindo, a espaços, durante a procissão… Acreditem que tomei nota de algumas promessas, para as ir lembrando em tempo oportuno… e quanto aos políticos que habitualmente integravam a procissão e foram excluídos sem se saber as razões, embora defenda que havia muita participação de Associações e afins… que não tinham fundamento para incorporarem a procissão… enalteço os Presidentes João Bosco Mota Amaral e Vasco Cordeiro que participaram na procissão cada um envergando a sua opa tal como os demais… Aproveito para deixar o reparo que muita gente faz quanto à ausência dos escoteiros e bombeiros, assim como dos jovens das escolas secundárias… estes, numa presença que ajuda depois a cultivar a fé no futuro… coisa que é difícil de encontrar nos dias de hoje!
Ricos! Sei que não é fácil ser regedor numa tão grande “empresa” como é a de todos os anos pôr na rua uma procissão com o tamanho da do Senhor Santo Cristo. E sei que, historicamente, ela se foi sempre adaptando aos tempos, às políticas e ao modo de ser das pessoas, as que mandam e as que participam. Mas é preciso saber ouvir e escutar antes de decidir, porque as decisões tomadas a solo nem sempre são as melhores e nos tempos de hoje amplificam-se de muitas maneiras e causam prejuízos que podem ser irreparáveis. A minha prima Teresinha não gostou nada de ver, por exemplo, no recolher da procissão, alguém da irmandade a não deixar sequer que jovens do escutismo e Guias de Portugal, fizessem uns segundos da protocolar continência perante a imagem do Ecce Homo… ameaçando que, para o ano não há nada para ninguém… Tenham dó! O cansaço não é desculpa para a acção,… ainda por cima na hora em que a televisão está a transmitir em directo o fim da procissão. Não há necessidade disso!
Meus queridos! E já que estou a falar em escuteiros, o mesmo se diga dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada que não incorporaram a procissão e apenas tiveram direito a fazer o desfile final, a partir do Largo 2 de Março, motivando um desabafo de desgosto do seu Presidente João Paulo Medeiros… Desde há muito tempo que havia queixas do excessivo ruído durante todo o trajecto da procissão, dos tambores, quer dos escuteiros, quer dos bombeiros que por vezes se misturavam e atrapalhavam os acordes das bandas. Mas a situação intermédia pode ser eles irem sem rufar tambores, a não ser na homenagem final. É um meio-termo entre a ausência e o que se passava anteriormente… De resto, é preciso que se entenda que o recolher da Imagem não pode esticar mais, pois que há quem tenha de aguentar desde as 15.30 horas até ao fim… e é preciso muita força que muitas vezes não é reconhecida, nem agradecida…
Ricos! E em tempo de balanço das Festas, quero mandar um ternurento beijinho ao meu querido Presidente emérito Mota Amaral pelo balanço que fez na imprensa de São Miguel sobre as festas e pelo seu repetido desencanto por se ter acabado com a missa própria do Senhor Santo Cristo dos Milagres, trocando-a pela liturgia do sexto Domingo da Páscoa, com paramentos brancos, em vez das vestes vermelhas evocativas da Paixão de Cristo e das Leituras, essencialmente a do Evangelho narrando a cena do Pretório, com terminus nas Palavras “Ecce Homo”. A minha prima Maria da Vila também estranha esta mudança da cor e dos ritos e diz que lá para os lados da velha capital, nas Festas do Senhor da Pedra, ainda se vai mantendo a Missa do Ecce Homo… Há coisas em que se mexe e que não trazem proveito nenhum… Antes pelo contrário!
Meus queridos! A minha prima da Rua do Poço que, coitada, anda a sofrer das cruzes e das pernas já há muito tempo, diz que para uma pessoa deficiente ou com limitações, entrar ou sair numa “Bertinha” é o cabo dos trabalhos. Ela pensa até que em vez do sinal de “deficientes” que elas têm nas traseiras, deviam ter era o sinal de proibida a entrada aos ditos cujos…. Alguns condutores e condutoras (que é por causa dessa coisa da ideologia do género) até desviam a cara para fingirem que não vêem que está uma pessoa deficiente a tentar entrar. Ainda esta semana, diz a minha prima, foi um sem-abrigo que seguia no minibus que foi à frente e ajudou a subir um idoso doente. Não devia ser assim, ou então as placas elevadoras deveriam mesmo funcionar… Bem bom que nem todos são iguais!
Ricos! Li há dias e fiquei menente! Com a subida de juros e o aumento das prestações das casas, … ao ponto dos casais que têm algum pilim guardado das suas economias estarem a tentar antecipar o pagamento de parte ou do total das prestações para aliviar os compromissos mensais crescentes… Para além de todas as dificuldades burocráticas da banca, os ditos cujos ainda são convidados para “obrigatoriamente” terem de comprar online, nos sites dos bancos os produtos que eles lá vendem, tipo, relógios, pulseiras, colares e não sei mais quê, na ordem sempre de centenas de euros… Não faltava mais nada e o pior é que depois os bancos dizem que não é bem assim… Finalmente, ao que se sabe, a Assembleia da República está a aprovar uma lei para proibir semelhante despautério… Salvo seja!
Meus queridos! A minha Prima Maria do Pico está muito contente com a notícia de que o meu querido Bispo D. Armando vai subir a montanha do Pico para uma missa no dia 24 de Julho, no ponto mais alto de Portugal para assinalar as Jornadas Mundiais da Juventude. Ela até já guardou uma garrafinha de Angelica para ir ajudando na subida e espera que, se o tempo ajudar este seja mais um grande momento, não só de fé juvenil, mas de divulgação da ilha montanha, porque ela sabe que o evento está a ser divulgada a nível nacional… O que se espera é que quem vai à montanha suba a dita cuja e não seja um cortejo de helicópteros com gente que depois vai dizer que “eu estive na montanha do Pico”…