Os socialistas perderam o Governo dos Açores por causa da sua tragédia histórica, em todo o País, de primeiro estar o Partido e depois o Interesse Coletivo.
O que chocou com a Alma autonomista do Povo Açoriano que cada vez menos suportava ver a Região Autónoma dos Açores transformada na “província dócil” de Lisboa.
Os socialistas perderam o Governo dos Açores, não tanto dentro do que Mrs. Thatcher dizia: “o socialismo funciona enquanto houver dinheiro dos outros para gastar”.
Não, não foi sequer o caso. Veja-se a diferença do tratamento financeiro do Governo de Lisboa, entre os Açores e a Madeira, para ver como lá foi derramado dinheiro, numa discriminação vergonhosa que só num País atrasado e provinciano como é Portugal, os Órgãos de Estado (?) e as principais (?) Instituições fingem que não vêem.
Os socialistas perderam o Governo dos Açores por ignorância. Pensarem que política social é assistencialismo compra -votos. Quando é uma política que procura estruturar os recursos e os factos económicos de modo a concretizar os fins éticos da Justiça Social.
O que sucedeu?
O Povo Açoriano começou a ver que tinha sido um logro a política assistencialista.
Se Portugal, com os socialistas, se vem distanciando ano a ano do Desenvolvimento Integral, do Nível de Vida e do Rendimento individual médios na União Europeia, por sua vez, também com o compra -votos socialista, era os Açores a se distanciarem das mesmas médias do Portugal já em recuo.
O Povo Açoriano acabou por constatar que o socialismo açoriano, em vez de se traduzir em Criatividade, Inovação, Investimento e Emprego, afinal com as esmolas, com assistencialismo, não diminuía a pobreza mas prolongava-a, mantinha-a no tempo.
A política saloia de compra -votos, ainda pega nos primeiros anos. Estoira quando pelo menos a decisiva Classe Média vê que a Prosperidade não acontece. Quando a Classe Média se sente a pagar as aventuras ineficazes do socialismo assistencialista. Quando a Classe Média se vê a ficar para trás no plano interno e exterior, só a pagar e a não ter colocação para os descendentes entretanto a acabar os estudos. Quando a Classe Média se vê chulada pelos que não querem trabalhar e pelas aldrabices dos “intelectuais da bica”, não há política de compra -votos que subsista. Mesmo que uma comunicação social desonesta lhe dê apoio.
Quatro anos para o Governo açoriano e três anos para o Governo da Madeira passam num sopro.
Têm de articular JÁ os passos a dar em conjunto. Não só para combater as vinganças medíocres que, está provado, Costa desencadeará agora em duas frentes. Mas também preparar a revisão constitucional anunciada para o ano por iniciativa do PSD nacional.
Sobretudo, para o objectivo de Desenvolvimento Integral dos arquipélagos, há que reavivar urgentemente os Acordos políticos estabelecidos entre as duas Regiões Autónomas desde o final dos anos setenta.
Acordos que Carlos César ignorou na sua qualidade de servo partidário boçal, inculto, contra os próprios Açorianos.
Andar depressa. Açores e Madeira firmemente aliados.
Não há outro caminho.
Aliás, no percurso de Sá Carneiro para chegar a Primeiro-Ministro, foi decisiva a prioridade e a força que deu aos Governos PSD dos Açores e da Madeira, no xadrez político nacional com uma conjuntura marcada então pelo declínio governativa dos socialistas.
Assim, Rui Rio deve montar rapidamente uma estratégia com Miguel Albuquerque e José Manuel Bolieiro, tal como fez Sá Carneiro com Mota Amaral e comigo. Porém, sempre, como então, o Interesse Nacional à frente do Partido. E que, na ocasião, a maioria dos Portugueses entendeu como de Salvação Nacional.
O que proponho, é decisivo.
Na Madeira, não pode haver mais lugar a mediocridades divisionistas “renovadinhas”, chapeladas internas saloias e saudosismos pela imbecilidade e genocídio social dos “meninos” do Passos Coelho - os tais para quem nós, os mais velhos, somos a “peste grisalha”.
Por outro lado, o País que perceba ser a obstrução de Marcelo e de Costa à regionalização do Continente, também responsável pela dimensão que a pandemia assume.
É visível a incapacidade da Ministra da Saúde e seus colaboradores/decisores, como é incontestável que a regionalização, se concretizada, teria permitido maior eficiência em todos os locais. Quer na previsão, quer no planeamento e organização da resposta, quer na execução pronta, a tempo, das medidas adequadas.
E, muito mais grave, é a Opinião Pública andar a ser enganada acerca disto tudo, por uma máquina de propaganda sem qualquer Ética.
Funchal, Novembro de 2020
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim